
Em artigo publicado na segunda-feira (6) no jornal The New York Times, Brent Neiman, que trabalhou na Secretaria do Tesouro no mandato de Joe Biden, traz a melhor definição para o tarifaço de Donald Trump: "Entendeu tudo errado" (confira o artigo aqui).
Neiman tem lugar de fala porque um trabalho para o qual contribuiu foi citado pelo US Trade Representative (USTR, principal órgão de comércio exterior dos EUA) na explicação dos "cálculos" das tarifas.
Segundo Neiman, o "maior erro" do USTR foi interpretar de forma incorreta os déficits comerciais com outros países como sinal indiscutível de práticas injustas. Outro foi afirmar que os preços internos "subiriam levemente" sob o novo regime tarifário,
No trabalho, realizado com outros três acadêmicos, sustentava que o preço das importações aumentaria de forma "quase equivalente" à tarifa imposta. Afirmou, ainda, que as alíquotas corretas deveriam ser muito menores, equivalentes a um quarto dos percentuais anunciados.
No capítulo das críticas, o ex-secretário do Tesouro dos EUA Larry Summers, escreveu no X que as medidas são "desastrosas e incoerentes", e lamentou a "falta de coragem" para expor as falhas publicamente.
Em outro front, o dono do X, Elon Musk, chamou de "imbecil" o assessor de Trump apontado como artífice do tarifaço, Peter Navarro. As fichas estão caindo. Falta só saber o que os EUA farão com esse diagnóstico que começa a se disseminar.
A coluna é obrigada a concordar com Musk. O discurso feito por Navarro sobre a diferença entre uma "fábrica de carros" e uma "montadora de carros" é de jardim da infância. Mostra que Navarro não tem ideia de como a produção funciona na realidade.
Esclarecimento: a coluna ficou sabendo sobre o artigo de Neiman depois de escrever o texto sobre a sucessão de erros de Trump na guerra tarifária.