
Os municípios do Litoral Sul estão buscando agenda no Ministério de Minas e Energia, em Brasília, para esclarecer os possíveis impactos econômicos da procura por petróleo na Bacia de Pelotas.
A expectativa sobre as potenciais acumulações de petróleo é grande em cidades que ficam na costa gaúcha, como Rio Grande e Santa Vitória do Palmar, ou nem tão litorâneas, como Pelotas. No entanto, as administrações municipais observam que ainda é cedo para estimar efeitos.
— É um processo longo. Agora, se der certo, todos os municípios serão beneficiados. Retomar o polo naval também é extremamente positivo, porque para explorar petróleo na Bacia de Pelotas, vai precisar de navios, plataformas, e nada melhor do que produzir aqui — diz a prefeita de Rio Grande, Darlene Pereira (PT).
A chefe do Executivo municipal afirma já ter encaminhado documento à Petrobras, uma das empresas envolvidas na procura por petróleo na Bacia de Pelotas, com objetivo de oferecer Rio Grande como base logística para exploração na área. É o que também pretende o prefeito de Pelotas, Fernando Marroni (PT):
— Só ganhamos a fama. Como não temos litoral, não levaríamos royalties (compensação financeira paga pelas empresas produtoras de petróleo). Mas o aeroporto de Pelotas poderia ser uma das bases de operação da Petrobras. Também poderíamos desenvolver indústrias nesta área, de fornecimento de equipamentos, máquinas, manutenção. A integração é importante para exploração.
Marroni recorda que, quando o polo naval de Rio Grande operava de forma plena, Pelotas tinha 23 empresas e cerca de 5 mil trabalhadores ligados à indústria.
— A Metade Sul, que é uma região bastante empobrecida, ganha esperança para melhorar infraestrutura, saúde, educação, emprego e renda. Mas a comunidade ainda clama por maior clareza sobre procedimentos e impactos do potencial exploração — afirma o prefeito de Santa Vitória do Palmar, André Selayaran (MDB).
*Colaborou João Pedro Cecchini