
O resultado de 2024 da economia nacional será conhecido nesta sexta-feira (7), quando o IBGE apresenta o Produto Interno Bruto (PIB). Se confirmar a projeção, deve ficar perto de 3,5%, maior variação positiva desde 2021, quando a base de comparação era baixa em razão da pandemia.
No Relatório Focus divulgado pelo Banco Central (BC) nesta quarta-feira (5), as estimativas da maioria dos cerca de cem economistas consultados ficaram em 3,5%. O resultado do chamado Monitor do PIB, um levantamento técnico da Fundação Getulio Vargas (FGV), também aponta para a mesma taxa de crescimento da atividade econômica.
A variação deve ser parecida com a verificada em 2023 (3,2%), mas com "uma história diferente", conforme a coordenadora da pesquisa da FGV, Juliana Trece. A agropecuária deve ter menos influência no resultado.
"Em 2024, desde o início do ano, notou-se um crescimento mais disseminado entre as diversas atividades econômicas. A indústria, os serviços e o consumo das famílias apresentaram resultados ainda melhores. Pode-se afirmar que em 2024, em termos de atividade econômica, o Brasil teve um ótimo resultado. Para 2025, contudo, muitos riscos, tanto internos quanto externos, podem dificultar a manutenção desse ritmo de crescimento", escreveu Juliana em relatório do Monitor.
No último trimestre do ano passado, o PIB deve ter crescido 0,4% em relação aos três meses anteriores, o que já mostra desaceleração da atividade econômica, segundo o Monitor.
O que o PIB diz sobre o futuro
O PIB de 2024 ainda vai permitir vislumbrar o futuro da economia brasileira graças a dois componentes: a taxa de investimento e a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), alimentado por investimentos e projetos da construção civil, principalmente.
Conforme o Monitor do PIB, a FBCF deve crescer 7,6% em 2024, depois de retração de 3% no ano anterior. O segmento de máquinas e equipamentos teve queda de 8,4% em 2023, mas deve se recuperar e subir 12%, estima a pesquisa da FGV. São compras que servirão para produzir mais no ano seguinte.
Outro indicador de futuro no PIB 2024 é a taxa de investimento da economia, que, segundo o Monitor, ficará por volta de 17,2%. Caso se confirme, seguirá abaixo da média histórica desde 2000, de 17,9%, mas acima da taxa registrada em 2023, de 16,5%. A taxa representa a relação entre o volume de investimentos e o PIB.
*Colaborou João Pedro Cecchini