Havia potencial de a promessa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar em 25% todas as importações de aço e alumínio abalar o câmbio nesta segunda-feira (10), sobretudo o brasileiro. A proposta, no entanto, ainda está restrita à ameaça, e o mercado está pagando para ver se será confirmada.
O anúncio oficial chegou a ser previsto para as 16h, depois foi adiado, em tese, para as 19h. Como já houve outros recuos, o dólar fechou quase estável, com oscilação para baixo de 0,13%, para R$ 5,785.
Analistas observam que, após o exagero no final do ano passado, agora há maior cautela no mercado de câmbio. Parte da acomodação também veio com a negativa do governo de que os benefícios do Bolsa Família serão aumentados, como chegou a ser mencionado pelo ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) Wellington Dias na semana passada.
É bom lembrar que Trump já recuou sobre imposto de importação de 25% para México e Canadá. Manteve, no entanto, tarifas de 10% sobre produtos chineses, com retaliação considerada moderada do país asiático.
Apesar de o real ter um dos melhores desempenhos frente ao dólar em 2025, boa parte dos economistas vê pouco espaço para quedas mais fortes.
*Colaborou João Pedro Cecchini