Aplicação de tarifas confirmada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e inflação mais alta por lá: são duas notícias que poderiam ser digeridas de forma negativa pelo mercado de câmbio, mas nem assim fizeram o dólar subir.
É verdade que nesta quarta-feira (12) a moeda americana fechou perto da estabilidade, com oscilação para baixo de 0,08%, para R$ 5,763. Mas já é a quarta sessão consecutiva de baixa, todas com dados que costumavam, dias atrás, servir de alavanca para a cotação do dólar.
A desta quarta-feira veio de dados de inflação nos Estados Unidos. Os preços para os consumidores americanos subiram acima da projeção do mercado, o que pode indicar que a economia segue aquecida. Assim, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) tenderia a manter o juro alto por mais tempo.
Saem de cena, ao menos momentaneamente, cortes ajudariam a atrair investidores para o Brasil por aumentar o abismo que já existe entre a taxa nacional e a americana.
O que vem aliviando o dólar há semanas é a percepção de que houve exagero no final do ano passado. Agora, portanto, ocorre uma correção da depreciação da moeda brasileira.
Um sinal de possíveis negociações para acabar com a guerra entre Rússia e Ucrânia – o que diminuiria a incerteza global e permitiria alguma normalização de preços – também fez o dólar murchar. Depois de um telefonema com o presidente russo, Vladimir Putin, Trump afirmou que as negociações com a Rússia começarão "imediatamente".
*Colaborou João Pedro Cecchini