
Desde ontem em Rio Grande preparando a a assinatura dos contratos para construção de quatro navios chamados "handy", de 15 a 18 mil toneladas, com presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, confirma uma mudança nas regras das licitações que permitirá a Ecovix disputar mais um edital e prevê geração de 5 mil empregos diretos com a construção dos quatro cascos em Rio Grande, mais o acabamento em Niterói, onde fica o estaleiro MacLaren, que integra o consórcio com participação da empresa que administra o Estaleiro Rio Grande.
Tudo certo para segunda-feira?
Sim, o presidente (Lula) confirmou que estará no Estaleiro Rio Grande segunda-feira, às 10h30min, para assinatura dos contratos dos quatro navios, que terão os cascos produzidos em Rio Grande.
Será essa a divisão entre as empresas do consórcio?
Sim, a ideia é que a Ecovix faça os cascos em Rio Grande e a Mac Laren faça o acabamento no Rio. É a fase final, de pintura, colocação de equipamentos, motor.
Que tipo de navio são os handys?
São olheiros, carregam óleo ou bunker (combustível específico para navios), ou seja, vão abastecer a frota da Petrobras. São parecidos com navios petroleiros, mas de menor porte.
Quantos empregos deve gerar?
Os quatro navios devem gerar em torno de 5 mil empregos, entre montagem e acabamento. Fora os indiretos.
Quando devem ser entregues?
A ideia é fazer uma linha de montagem. Logo depois da assinatura do contrato já podem fazer a compra do aço, imagino que, em seis meses, já se comece a cortar aço em Rio Grande. O primeiro tem de ser entregue em 30 meses, o segundo, em 36, o terceiro, em 42, e o quarto, em 48. A cada quatro meses, inicia um navio novo. O prazo máximo é de quatro anos.
Onde vão operar?
Podem ser utilizados em qualquer lugar do Brasil, vai depender da logística da Petrobras, que só terá essa informação depois que os navios estiverem prontos.
Há confiança de que, desta vez, o prazo será cumprido?
Primeiro, estamos vivendo um outro momento do país. Segundo, a experiência do passado nos deu um aprendizado para evitar problemas. Terceiro, as empresas da indústira naval entenderam que este é momento importante: não pode errar de novo, se errar de novo, vai ficar muito ruim. Tenho confiança de que vão cumprir prazos, não são malucos. Já traçamos um cronograma de acordo com a capacidade dos estaleiros.
Nesse momento em que se fala em escassez de mão de obra, há risco?
Na retomada, será necessário requalificar a mão de obra. No Rio, é muito comum falar com motoristas de uber que trabalharam na indústria naval. As pessoas perderam emprego e trataram de se realocar, mas ficaram 10 anos sem atividade. Quem contrata é o estaleiro, mas tenho conversado no sentido de dar oportunidade para as pessoas da região, que tem muitas pessoas que já trabalharam no setor.
Houve mudança de regras para que as vencedoras da primeira licitação possam participar da segunda?
Sim, mudamos porque entendemos que quem já ganhou esses quatro pode ficar com mais um lote. A próxima licitação, de oito navios gaseiros, tem dois lotes, um de cinco e outro de três. O consórcio que ganhou quatro pode ficar com outros três. Mas não pode ficar com os dois. Tenho consciência de que não posso colocar todas as embarcações em um estaleiro só, mas colocar mais de um pode ajudar a precificar melhor na próxima licitação.
Por que a divisão do próximo edital é de cinco e três?.
São tipos diferentes, cinco navios pressurizados e três não pressurizados.
Qual é a previsão de novos editais?
No meio do ano, vamos anunciar os vencedores da licitação dos gaseiros e lançar a de um novo bloco com quatro navios MR1. São navios tanques para cabotagem (navegação pelo litoral brasileiro), para combustíveis e petróleo. E no plano de negócios da Petrobras 20260-2030, vamos incluir mais nove navios, para fazer a licitação no ano que vem. A soma daria 25 navios, que foi o que me comprometi com o presidente Lula colocar no mercado e, se possível, fazer no Brasil (a licitação é internacional).