Nesta segunda-feira (27) o dólar abriu em alta ainda pelo aumento de tensão, no final de semana, com a ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aumentar o imposto de importação de produtos da Colômbia, que ensaiou recusar receber imigrantes ilegais deportados.
Na metade da manhã, a cotação mudou para uma variação para baixo, mas no final da manhã oscila para cima outra vez, mesmo com o recuo da Colômbia e a consequente retirada da intimidação. O caso ilustra à perfeição o diagnóstico de que Trump, como avisou, vai usar a política comercial como forma de impor suas políticas.
Ou, como traduziu o ex-secretário de Comércio Exterior Welber Barral em entrevista a coluna, Trump usa a imprevisibilidade como mecanismo de negociação. Para a economia brasileira, é essencial, porque esse vaivém tem impacto direto no câmbio, que por sua vez condiciona a inflação.
Na sexta-feira (24), outra manifestação dessa tática veio com um sinal de acerto entre o governo Trump e a China, até onde se sabe mediada por Elon Musk, apelidado nos Estados Unidos de "first buddy", algo como "primeiro amigo".
No Brasil, o dólar chegou a descer à mínima de R$ 5,867, mas o ensaio de medidas do governo Lula para conter a inflação foi visto com desconfiança e a cotação teve apenas outra variação para baixo, em vez de uma queda.