Sem sinalização dos próximos passos do Banco Central (BC) no novo ciclo - supostamente "míni" - de alta do juro, a calibragem da Selic está "dependente de dados".
Como a missão do BC é levar a inflação para a meta, a taxa básica depende diretamente do comportamento dos preços. E nesta quarta-feira (25), veio um alívio: o IPCA-15 de setembro ficou em 0,13%. É exatamente a mesma fórmula do indicador oficial, só com data diferente de coleta de informações.
Mesmo com sinal invertido, repete a leitura do IPCA cheio de agosto, que havia registrado "deflação" (entre aspas porque o resultado de -0,02% foi mais uma parada do que uma queda): a inflação está estável.
Essa nova medição de inflação comportada tem dois diferenciais em relação à "deflação" de agosto. O primeiro é que representa menos da metade da expectativa, ao redor de 0,28%. O outro é que já há duas medições indicando inflação mais comportada.
Além disso, o acumulado no IPCA-15 em 12 meses se afastou do teto da meta, desacelerando de 4,35% para 4,12%. O indicador alivia a pressão de alta no juro. Claro, isso não quer dizer que não haverá novas elevações da Selic, porque o BC já está olhando as projeções de inflação para 2026. Mas desestimula projeções de que o tal do miniciclo de alta alcance taxas muito além dos 11,5% que já estão na mira do mercado.