O esperado primeiro pronunciamento de Kamala Harris, virtual substituta do atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que se retirou da disputa, foi desenhado sob medida para não extrapolar qualquer limite legal e ético.
Em meio a jovens atletas - uma imagem sempre útil em um país que discute fragilidade por idade avançada -, Kamala teceu frases de gratidão a Biden, com atitude de vice-presidente, não de virtual candidata.
Embora tenha frustrado algumas expectativas, agiu de forma correta. E mesmo sem novas pistas sobre sua política econômica, Wall Street continuou reagindo bem.
Depois de passar toda a manhã em terreno positivo - um dos índices chegou a abrir em baixa, mas logo virou -, as bolsas dos Estados Unidos seguem reagindo bem à virtual candidatura de Harris - como ela é identificada na campanha.
O Dow Jones, o mais tradicional da bolsa de Nova York, é o mais cauteloso, com levíssima alta de 0,2% - já esteve acima antes do pronunciamento da vice-presidente. O S&P 500, que reúne as maiores empresas americanas, sobe mais decididamente, 0,98%.
A Nasdaq, bolsa das empresas tecnológicas, avança 1,33%, mas o motivo está mais relacionado à alta nas ações da Nvidia, grande beneficiada pela combinação de movimentos geopolíticos relacionados à inteligência artificial. Claro, se a substituição de Biden pela vice fosse identificada como grande risco econômico, a reação seria diferente.
O Eurasia Group, que estimava em 75% a probabilidade de vitória de Donald Trump desde o debate em que ficou exposta a fragilidade de Joe Biden, agora recalibrou o favoritismo do republicano para 65%. Acredita na frase de Trump de que a troca de candidato facilita sua vitória quem... acredita em Trump.