
Há pouco mais de duas semanas, o ParkShopping, de Canoas, transformou-se em um aeroporto improvisado para passageiros que embarcam e desembarcam na base aérea.
Com a mudança, ainda mais pessoas passaram a circular pelo centro de compras, e lojistas já observam aumento de até 50% em vendas.
Essa foi a proporção detectada pela Inverso Café, bem perto da área do aeroporto provisório. Antes do acordo entre a Multiplan, administradora do shopping, e a Fraport Brasil, que opera os voos, a empresa atendia com dois funcionários. Agora, são cinco.
O horário de funcionamento também foi alterado: das 8h às 22h. Outras lojas do ParkShopping abrem apenas às 10h. Segundo o proprietário da cafeteria, Guilherme Ortiz, é justamente nas duas primeiras horas da manhã que ocorrem 35% das vendas diárias. O negócio até criou o "combo aeroporto", com pão de queijo e cappuccino, que custa R$ 20.
A gerente da loja de serviços de beleza Blow Escova Inteligente, Graciele Pires, também percebe alta de 30% nas vendas. O horário foi alterado para receber o público do aeroporto provisório. Abre às 7h e encerra às 22h.
Por sua vez, o ParkShopping ainda calcula os impactos econômicos provocados pelo acordo com a Fraport Brasil. No entanto, o gerente de marketing do empreendimento, Pedro Henrique Barbosa, prevê crescimento "considerável" das vendas, sobretudo em lojas próximas ao aeroporto improvisado.
Segundo Barbosa, o aumento é ocasionado por "compras impulsivas". As companhias aéreas pedem que os passageiros se apresentem com até três horas de antecedência. Enquanto aguardam o deslocamento à Base Aérea de Canoas, as pessoas podem circular pelas lojas do shopping.
— Qualquer demanda que possa ajudar no giro da economia é importante. Esperamos que todos possam ter ganho com a parceria, mesmo que o principal motivo para fecharmos o acordo não seja econômico — diz Barbosa.
A área do aeroporto provisório, afirma, não tem custo de locação para a Fraport Brasil. Barbosa garante que o ParkShopping, de Canoas, está preparado para receber mais voos. A decisão cabe à concessionária e às companhias aéreas.
*Colaborou João Pedro Cecchini