Em Gravataí, uma das unidades de uma gigante gaúcha que poucos gaúchos conhecem é quase secreta. Quando a equipe que gravou este episódio (confira os anteriores no final deste texto) chegou, foi saudada com a frase "a gente não recebe muitas visitas". O baixo perfil decorre do fato de que a Fitesa, parte do Grupo Évora, vende seu produto para outras empresas, ou seja, é um negócio B2B (business to business).
Até o nome do principal produto é um desafio à compreensão: "não tecido". Como assim? É um material linear produzido sem uso de tear, ou seja, sem ser "tecido", do verbo tecer (passar pelo tear). Ufa.
No entanto, a partir de 2020, quem nunca havia ouvido falar em "não tecido" passou a ter contato muitíssimo próximo com o material: é o usado nas máscaras que protegeram milhões de brasileiros do contágio da covid-19. Uma máscara é, basicamente, não tecido, elástico e clip para nariz. Por isso, foi um período agitadíssimo na Fitesa. Inclusive porque o não tecido também é usado por médicos e outros profissionais de saúde em hospitais.
Exatamente por isso, as instalações industriais têm características peculiares. Uma é uma espécie de "soprador", que bafeja o visitante ao entrar na área de produção para ter certeza de que não está carregando insetos no corpo. Mas o mais impressionante é ver o primeiro passo da produção: um fio mais fino do que o de cabelo, que se une a milhares de outros para formar... o não tecido.
Além da unidade de Gravataí, a Fitesa tem outras três fábricas em São Paulo, e em mais 12 países: Peru, México, Estados Unidos, Alemanha, Hungria, Itália, Holanda, Suécia, China, Índia, Japão e Tailândia.
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