Depois dos estragos causados pela enchente, o trecho 1 da Orla do Guaíba será renovado com apoio da PPG Tintas Renner. A empresa assinou contrato com a Gam3 Parks, concessionária responsável pela administração, para patrocinar a revitalização do espaço por 12 meses, período em que deve fornecer cerca de 4 mil litros de tinta.
Serão renovadas ciclovia e quadra de esportes, além de pinturas lúdicas e interativas. A contrapartida será a exposição da marca em bancos de concreto e totens, já que a orla se tornou uma vitrine vista por 120 mil pessoas só aos fins de semana, afirma Marcelo Diniz, diretor de revestimentos arquitetônicos da PPG para a América Latina.
O que motivou a iniciativa, detalha o executivo, é a concentração de mercado da marca nas regiões Sul e Centro-Oeste do Brasil. No Estado, onde foi criada em 1927, é mais forte no Interior do que na Capital, segundo Diniz por causas históricas. Embora não detalhe os percentuais, afirma que vem adotando várias iniciativas para ganhar fatias do mercado na Capital, como o patrocínio do Acampamento Farroupilha e da pintura da Casa de Cultura Mario Quintana.
— Internamente, chamamos esse projeto de 'invasão de Porto Alegre'. O objetivo é aumentar nossa participação em vendas nas ferragens, que ainda são um canal muito relevante, diferentemente do resto do Brasil — relata o executivo.
No Brasil, 65% das vendas de tinta ocorrem em lojas especializadas, 30% em home centers e 5% em ferragens. No Estado, as proporções mudam: 40% nas especializadas, 30% em home centers e 30% em ferragens.
Pouco depois de acertar o patrocínio à Orla, Diniz recebeu a incumbência de responder pelo mercado de toda a América Latina. Em 2010, a marca PPG, nascida em Pittsburg, nos Estados Unidos, comprou a Tintas Renner. Do Estado, onde gerencia a marca, também cuida dos negócios no Uruguai, no Paraguai, na Bolívia e no Peru, tudo faturado e gerido pela fábrica de Gravataí.
Agora, também vai responder pela produção de uma unidade no Panamá, que vai atender a sete países: Belize, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Equador, Honduras e Nicarágua. Na região, a PPG atua com marcas, Glidden e Comex, fortes em tintas para manutenção de embarcações, um mercado importante na região.
No Brasil, a Tintas Renner está migrando gradativamente da base solvente para a base água - 70% da linha já fez a transição. Segundo Diniz, torna a produção mais sustentável e ainda tem ganhos funcionais, já que tem menos odor e menos riscos para quem aplica.
— Como a PPG é listada em bolsa, já está tornando seu portfólio mais sustentável do que a média do setor — afirma o executivo.
* Colaborou Mathias Boni