Ainda em abril, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou que o Brasil poderia voltar a ocupar a lista das 10 maiores economias do mundo ainda neste ano. Na época, o organismo internacional projetava o crescimento do país neste ano em 0,9%.
Agora, de surpresa em surpresa, o PIB brasileiro já acumula alta de 3,7% no semestre e muitos economistas projetam crescimento por volta de 3% em todo o ano. Por isso, o economista-chefe da Austin, Alex Agostini, prevê que em vez de décima, o Brasil pode fechar o ano como oitava maior economia do mundo.
Para isso, ultrapassaria, em valor, os PIBs de Itália e Canadá, que hoje ocupam a oitava e a nona posições potenciais, respectivamente.
— O Brasil pode sair da 11 em 2022 para a oitava em 2022. Como o nosso PIB vem surpreendendo, e não deve haver grandes alterações em Itália e Canadá. Então, podemos voltar a ser a oitava economia pela primeira vez desde 2017, quando estivemos nessa posição — detalha Agostini.
Mas qual é a diferença entre ficar em oitavo ou 11 lugar em um ranking das maiores economias, afinal?
— É importante por fortalecer a confiança dos agentes econômicos, principalmente internacionais. Na esteira da melhora da nota do rating soberano, da queda de juro, pode representar investimentos para o setor produtivo. Estamos passando por um momento de ajuste muito positivo. Temos de acompanhar o cenário internacional, porque tudo pode mudar da noite pra o dia mantido tudo constante, há boas chances de ter melhora em termos de posição do Brasil no cenário global.
Onda de revisões de projeção
A nova surpresa com o PIB criou uma onda de revisões para o PIB de 2023. As que a coluna teve acesso apontam para 3%, mesmo número mencionado, com cautela, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Isso já vai aparecer no boletim Focus de segunda-feira (4)? Pela experiência da coluna, ainda não. Como as instituições financeiras e consultoria econômicas levam tempo para ajustar suas estimativas, a projeção mais frequente deve subir de 2,23%, mas só nos boletins seguintes haverá todo o impacto de mais um número positivo inesperado.
Revisão 1: André Perfeito, economista com muitos anos de experiência no mercado, afirma que o resultado do PIB do segundo trimestre "força revisão da nossa projeção de PIB para 2023 de 2,5% para 3% e mantemos a projeção de 2% para 2024".
Revisão 2: relatório da Guide Investimentos assinado por Victor Guglielmi, Rafael Pacheco e Fernando Siqueira, afirma que "nossa previsão anterior para o crescimento da economia brasileira em 2023 era de 2,5%, e com o dado atual revisamos o número para 3,0%".