Em três semanas, as previsões mais frequentes no mercado para o crescimento da economia neste ano passaram de 1,26% para 2,14%, ou seja, um aumento de quase um ponto percentual em menos de um mês, conforme o boletim Focus do Banco Central (BC) publicado nesta segunda-feira (19).
Ainda é efeito - um tanto retardado, é verdade - do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do país no primeiro trimestre, mas que agora já começa a embutir alguma projeção de avanço extra dada a quase certeza de que o BC vai começar a cortar o juro básico em agosto.
Como a coluna já lembrou, o primeiro Focus de 2023 trazia como expectativa dominante para o crescimento neste ano minguados 0,78% - e com indicação de queda (veja a publicação de 6 de janeiro em imagem abaixo). Desde então, as correções feitas acumulam 1,36 ponto percentual.
Outro indicador que vem sofrendo sucessivas e rápidas revisões é o da inflação acumulada em 2023, que começou o ano em 5,62% e agora já foi reduzida para 5,12%. Se encolher mais ínfimo 0,37 ponto percentual, passa a ficar dentro do teto da meta para o ano.
E apareceu até uma redução na projeção da Selic ao final do ano: dos 12,5% em que se mantinha há semanas, recuou para 12,25%. Ou seja, a maioria das cerca de cem instituições financeiras e consultorias econômicas consultadas pelo BC prevê corte no juro básico de 1,5 ponto percentual em quatro reuniões do Copom restantes até o final de 2023.