Depois de cair ao patamar mais baixo em mais de um ano, o dólar comercial quebrou a barreira psicológica dos R$ 4,80 nesta segunda-feira (19). Fechou as negociações do dia em R$ 4,776, resultado de recuo de 0,91% e menor cotação de encerramento desde 31 de maio de 2022.
A bolsa não ficou atrás: encerrou o dia em 119.857 pontos, mas ao longo do pregão chegou a alcançar 119.939 pontos, acima do recorde de fechamento do ano passado, de 119.928 de 21 de outubro. Para quebrar a marca oficialmente, faltaram apenas 71 pontinhos.
O otimismo marcou o dia desde a publicação do boletim Focus, do Banco Central (BC), que mostrou aumento nas previsões para o crescimento da economia e redução tanto da inflação quanto do juro básico no final do ano. A perspectiva de que, agora sim, é possível começar a cortar o juro básico, animou os negócios.
Analistas discutem, neste início de semana, não "se" o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC vai informar, por escrito, que vem aí a poda da Selic, mas em que termos. Conforme o boletim Focus, a projeção mediana (mais frequente) da inflação acumulada no ano é de 5,12%. Ou seja, se recuar mais 0,37 ponto percentual, ficaria dentro do teto da meta para o ano.
As apostas de corte se concentram no dia 2 de agosto. A perspectiva dominante, por enquanto, é de uma poda simbólica, de apenas 0,25 ponto percentual, o que levaria a Selic para 13,5%. É pouco, mas até o final do ano viriam novos desbastes, suficientes para levar o juro básico a 12,25%. Como não se trata assim exatamente de uma arrancada econômica, analistas usam a expressão "tá ruim, mas tá bom", para constatar que o ambiente é melhor do que se esperava. Ou melhor, do que se temia.