A coluna também levou um susto: no mais recente levantamento do Banco Central (BC), a segunda moeda mais usada pela instituição já é o renminbi (ou yuans, saiba detalhes no final deste texto).
Depois dos 80,42% do dólar, a denominação chinesa reponde por 5,37% da cesta de moedas estrangeiras, superando até o euro, com 4,74% de participação.
Apesar da abissal diferença de 75,68 pontos percentuais, é bom lembrar que até 2018 não havia um yuan sequer nas reservas do BC. E entre 2020 e 2022, a presença da moeda chinesas saltou mais de cinco vezes: 443,8% (é bom lembrar que, ao crescer 100%, o volume dobra, então já sobe uma vez, depois mais quatro).
Ou seja, o BC que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tanto critica já está fazendo o que ele sugeriu na recente visita à Chna: diversificando moedas. E há previsão de que essa fatia cresça, se evoluir um dos acordos assinados durante a visita, para que o ICBC (Banco Industrial e Comercial da China, em português) atue como banco de compensações de yuan no Brasil. Isso permitiria que empresários brasileiros e chineses fizessem transações comerciais sem passar pelo dólar.
Curiosidade: o nome oficial da moeda chinesa, em sentido institucional, é renminbi. Para fazer compras e negócios, porém, é contada em unidades e partes de yuans.