O câmbio já vinha em viés de baixa nos últimos dias, com forte ingresso de divisas no Brasil, e nesta quarta-feira (12), uma ajuda da "fábrica de dólares" fez a moeda americana fechar abaixo de R$ 5 pela primeira vez em 10 meses.
Mais uma queda de 1,3% fez o dólar encerrar o dia em R$ 4,942. Normalmente, o mais correto tecnicamente é falar em apreciação do real frente às verdinhas, mas nesta quarta o movimento foi mesmo de perda do valor do dólar ante várias denominações por redução da aversão ao risco.
Antes, a última vez em que o dólar fechou abaixo dessa barreira psicológica havia sido em 10 de junho de 2022, quando foi cotado a R$ 4,989. O alívio do dia veio com o dado da inflação nos Estados Unidos abaixo do esperado. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu apenas 0,1% em março ante fevereiro, e o acumulado em 12 meses encolheu para 5%.
Com menor pressão de preços, cresce a expectativa de que lá o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) possa fazer um aperto menor do juro básico. Na véspera, algo muito parecido havia ocorrido no Brasil, com a diferença de que a perspectiva aberta, aqui, é de antecipar o início do corte da taxa Selic. Além do dólar abaixo de R$ 5, a fase bem-humorada do mercado financeiro teve alta de 0,68% sobre a disparada de 4,29% do dia anterior.
Esclarecimento: a coluna tem escala para usar os verbos "dispara" ou "despenca". É subjetivo, mas baseado em fatos & dados: oscilações diárias de até 3% ocorrem com certa frequência na bolsa brasileira. Acima, são raras. Por isso, os verbos mais "dramáticos", digamos, são reservados a variações acima de 3%.