Em evento virtual realizado nesta quarta-feira (30) pelo BNDES, o presidente da Corsan, Roberto Barbuti, afirmou que o projeto de detalhamento das regras de privatização da companhia gaúcha de saneamento devem ser enviadas à Assembleia Legislativa "nas próximas poucas semanas" (confira vídeo abaixo).
– Estão se estabelecendo fóruns para ouvir atores importantes, de forma que, quando for encaminho o projeto, já tenha maturidade e perspectiva maior de aprovação, por já ter levado em conta o sentimento de quem vai ter poder de decisão sobre isso – detalhou Barbuti.
Luciene Machado, chefe de departamento da área de estruturação de parcerias de investimentos do BNDES, perguntou ao presidente da Corsan se o cronograma "desafiador" da privatização da companhia seria encerrado até o final do primeiro trimestre de 2022, e ouviu como resposta:
– Tenho o cuidado de me colocar como presidente da Corsan, não como acionista (governo do Estado), porque o processo está sendo coordenado pela Casa Civil e pela Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura, mas trabalhamos com a perspectiva de finalizar essa operação, tendo o aval para seguir em frente, no começo do próximo ano, na virada do ano.
Barbuti afirmou que precisava ter cuidado para não avançar em temas que "ainda não estão chancelados", mas reforçou que a ideia é ter o processo estruturado "nos próximos poucos meses". Ressalvou, ainda, que será necessário ter a "sensibilidade de mercado" para definir a data certa para a realização da oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês).
O presidente da Corsan confirmou a intenção de fazer o IPO com parte de papéis novos, com objetivo de fato de capitalizar a companhia, porque é preciso investir, e parte com a chamada "emissão secundária", de ações já existentes. Bartuti afirmou ainda que a previsão de o governo do Estado manter 30% do capital da empresa poderá ser "um pouco mais, um pouco menos".
O governo do Estado, afirmou Barbuti, já está trabalhando na definição de regiões de saneamento no Rio Grande do Sul que reúnam municípios de portes diferentes e que compartilhem bacias hidrográficas, conforme proposta do presidente da Assembleia, Gabriel de Souza.