
Está com os dias contados a tradicional associação entre as marcas BR e Petrobras, presente em quase um terço dos postos de combustíveis espalhados pelo Brasil.
A estatal comunicou formalmente o início do processo de venda das ações que ainda têm na rede de revenda, de 37,5% do capital total da BR. Quando for concluído, o que o mercado projeta para entre setembro e outubro, a Petrobras terá saído definitivamente do varejo de combustíveis.
O valor da fatia que vai à venda, de mais de um terço da companhia, é estimado em R$ 11,5 bilhões com base na cotação atual das ações. Mas o preço definitivo deverá ser definido no final deste mês, quando termina a fase de consulta de interesse no mercado. A BR tem cerca de oito mil postos em todo o Brasil.
A venda da última fatia da Petrobras na BR faz parte do processo de transformação do mercado de derivados de petróleo no Brasil, que passa também pela privatização de seis refinarias, entre as quais a Alberto Pasqualini (Refap), de Canoas, que deve ser concluída até o final de julho.
Até 2017, a estatal era a única dona da rede de postos, mas fez uma saída gradual do negócio. Naquele ano, vendeu cerca de 29% das ações, em 2019 abriu mão do controle e, neste ano, vai abandonar totalmente esse ramo de atividade. Na prática, a BR já é uma empresa privada, hoje sob comando do ex-presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr. No entanto, a presença acionária ainda forte contrariava compromisso assumido pela Petrobras com o Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade) e Agência Nacional do Petróleo (ANP).
A BR não informa quais são seus maiores acionistas privados, mas conforme informações de mercado, predominam as fatias de fundos e gestores de investimento internacionais como BlackRock e Vanguard, nacionais, como Verde e Kapitalo, e ainda bancos, como Itaú e Opportunity.