Ao apresentar detalhes da compra da distribuidora de energia do Amapá, nesta segunda-feira (28), o CEO da Equatorial Energia, Augusto Miranda, confirmou que a empresa privada vai assumir a CEEE-D nos próximos 30 dias.
Ao responder a pergunta da coluna na teleconferência com o mercado, Miranda afirmou que a CEEE-D será incorporada pela Equatorial em julho.
O último obstáculo para a transferência da gestão da empresa foi retirado com a revisão da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski em ação impetrada pelo PDT. A coluna apurou que a transferência deve ocorrer antes do leilão da CEEE-T, previsto para o dia 16.
A coluna também apurou que o processo de transição já está ocorrendo. A Equatorial já está acompanhando o dia a dia e as decisões da atual gestão da CEEE-D para se familiarizar com os processos internos da empresa. Então, os preparativos finais para a mudança de novo já estavam em andamento, mas agora foi definido o mês em que se dará a transferência.
A CEEE já apareceu nas apresentações da Equatorial como uma de suas agora seis distribuidoras de energia, todas privatizadas a partir de 2012. A nova controladora costuma destacar o fato de que o PIB per capita (R$ 37.371) e a renda familiar (R$ 1.842) na área de concessão da CEEE-D são bem superiores às dos Estados em que a companhia privada já opera (veja reprodução da tela abaixo, as apresentações são feitas em inglês).
A compra da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) pela Equatorial surpreendeu o mercado porque a companhia, embora menor do que a CEEE-D, está em situação pior ainda, tanto que opera sem concessão federal, em um regime chamado "designação". Conforme a Equatorial, a empresa de distribuição tem pendências totais de R$ 3,1 bilhões – as da CEEE-D eram de R$ 4,1 bilhões –, mas a distribuidora gaúcha é maior do que a operação em Alagoas.
Desse total, porém, a Equatorial prevê redução de R$ 1,5 bilhão nos compromissos com fornecedores (Eletrobras, Petrobras entre os principais) e um perdão de R$ 772 milhões de recursos da Reserva Geral de Reversão (RGR, um dos diversos fundos do setor elétrico) usados para manter a CEA funcionando mesmo com forte prejuízo.