Se a vacina salva seres humanos e a economia, há um remédio auxiliar para ambos: o crédito. Para quem consegue entender os sinais da urgência na adoção de medidas de compensação às restrições de atividade, já há atraso de ao menos 10 dias.
Embora o auxílio emergencial tenha sido o principal paraquedas que freou o tombo do Brasil em 4,1% em 2020, em vez dos 10% projetados, linhas de financiamento facilitadas e e medidas de flexibilização do trabalho também foram poderosos amortecedores.
O governo federal já acena com mais quatro meses de suspensão de contratos, redução de jornada e de salário. Também prepara medida provisória permitindo adiar por quatro meses o pagamento do FGTS dos empregados.
No crédito, não basta apenas a renovação da linha que deu certo para quem mais precisa, o Pronampe. É preciso prorrogar o início do pagamento, para não exigir desembolso quando a receita está travada. Esse crédito acessível a empresas de menor porte é crucial porque, no sistema financeiro privado tradicional, as grandes empresas costumam ter preferência.
Acionado por entidades empresariais gaúchas, o senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS) protocolou projeto que prorroga por seis meses para a quitação das parcelas dos valores já concedidos. No projeto, o senador destaca que, graças ao Pronampe, o crédito para as pequenas e microempresas subiu 44,8% em 2020.
Atendendo a empresários, o governador Eduardo Leite deu a previsibilidade possível neste março de pesadelo: serão ao menos mais duas semanas de atividades não essenciais suspensas. A volta, se tudo der certo, não será à normalidade, mas a um aperto menor.
Na sexta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que, logo depois da aprovação do orçamento, haverá antecipação do 13º salário dos "mais idosos" e haverá "mais medidas". Em 2020, a equipe econômica bateu cabeça. Agora, já sabe qual é a resposta que representa mais eficácia, como as vacinas já aprovadas.