Elon Musk, que já tinha fortuna avaliada em US$ 90,8 bilhões, acrescentou US$ 13,7 bilhões a esse total em sete dias. Isso ocorreu na mesma semana em que uma de suas empresas, a SpaceX, levou quatro astronautas da Nasa à Estação Espacial Internacional, mas o que fez os ganhos entrarem em órbita não foi o feito extraterrestre.
O que levou ao espaço a avaliação dos ativos foi a inclusão das ações da Tesla, sua fabricante de carros elétricos, no índice S&P 500 da bolsa de valores de Nova York. Em uma semana, os papéis dispararam 20%, mesmo período em que o indicador que passou a integrar teve baixa de 0,8%. A Tesla ainda não ajudou o S&P 500 porque só será adicionada ao índice em 21 de dezembro.
Admirado por tirar o carro elétrico do universo dos nerds e dar aos veículos ambientalmente corretos o status de objeto de desejo, Musk compartilha com outro bilionário, Jeff Bezos, da Amazon, a convicção de que a Terra está com seus séculos contados. Os pesados investimentos espaciais de Musk – ele já vende viagens a Marte em futuras naves da SpaceX, para mais tarde colonizar o Planeta Vermelho – buscam encontrar uma alternativa "lá fora".
Enquanto não alcança um outro planeta habitável, Musk já começou a distribuir no espaço alguns dos 12 mil satélites do projeto Starlink com os quais pretende oferecer internet banda larga com preços acessíveis e em pontos antes não atendidos pelas redes atuais. Alguns são bem visíveis no Rio Grande do Sul (será que isso significa que teremos uma rede mais barata e confiável em breve?) A coluna acompanha há muito as movimentações do bilionário com um misto de fascinação e perplexidade.
Assim como promove o cuidado ambiental com seus carros elétricos e sua fábrica de baterias, Musk se engajou em uma venda de lança-chamas, há dois anos, sem qualquer explicação racional. Seus críticos avaliaram que só queria mostrar que ele tinha o poder de vendê-los. Esse comportamento de personagem de magnata excêntrico com perfil de vilão com o qual a coluna já brincou passa a ser crucial na definição dos humores de um dos principais indicadores de negócios mundiais. A Tesla merecia. Será que seu dono também?