Empresa de um setor que está sendo mais demandado em plena pandemia de coronavírus, a Dimed/Panvel publicou no final da quarta-feira seus resultados de 2019. O lucro líquido de R$ 82 milhões foi 9% maior do que o registrado no ano anterior e as vendas no varejo subiram 12,7% – as em mesmas lojas aumentaram 9,6%.
Conforme Antônio Napp, diretor de relações com investidores do grupo, foram dois desempenhos superiores à média do setor. Na média, a alta nas vendas do setor farmacêutico foi de 10%.
– A maior parte das empresas reduziu o lucro em 2019, conseguimos aumentar – completou.
Para este ano, o plano da Panvel era abrir mais 50 lojas, depois das 41 inauguradas em 2019. Napp admite que o setor tem potencial de ganho na crise, mas pondera que as incertezas também existem no segmento. Uma decisão já tomada é adiar os investimentos na expansão da rede física.
Temos de observar como a demanda vai se comportar, então estamos adiando abertura de lojas nos próximos dois meses. Assim, que tudo voltar ao normal, vamos retomar o plano de inaugurar 50 unidades no ano – detalha.
Embora a rede de farmácias tenha um grande diferencial em relação à média do varejo –segue com loja abertas –, Napp diz que a incerteza não é menor do que a média.
– Temos usado muito uma frase, aqui, que cada dia parece um mês. A cada dia há um cenário diferente. Na primeira semana (de comércio fechado), houve aumento de procura, depois diminuiu. Estamos entrando em abril com muitas dúvidas. Nosso foco é manter as lojas abertas, operando. O baixo fluxo de pessoas na rua afeta a operação. Mas até porque a Panvel é a empresa que é, vai seguir operando, atendendo aos clientes.
A rede de farmácias vinha fazendo pesados investimentos em tecnologia, inclusive com desenvolvimento próprio de soluções e ferramentas digitais. Segundo Napp, neste momento essa estratégia está "fazendo a diferença" para atender à demanda de vendas online. O executivo afirmou ainda que a rede tem recursos financeiros "importantes" para dar conta dessa procura, com bom nível de liquidez.
Um dos instrumentos que reforça o caixa da empresa são os recebíveis, receitas que certas que entram em 30 dias e permitem que a empresa não mantenha parado no caixa um nível tão grande de recursos.
Destaca, ainda, que o endividamento da rede também está abaixo da média do mercado, correspondente à geração anual de caixa (pelo indicador chamado ebitda, que significa lucro antes do pagamento de juros, impostos, depreciação e amortização).
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