A decisão de vender em separado o braço de distribuição da CEEE está baseada em uma estratégia frequente no mundo dos negócios mas que desafia o senso comum. Não são
raras operações de fusão e aquisição entre empresas nas quais uma é lucrativa, mas a
outra tem pesadas perdas registradas.
Quando uma companhia tem lucro, sobre o valor incide uma determinada alíquota de imposto de renda, que tem
de ser pago ao governo. Quando tem prejuízo, ocorre o oposto: a empresa ganha créditos tributários para compensar mais tarde, quando voltar ao azul.
No balanço do primeiro semestre deste ano, o prejuízo acumulado da CEEE-D encostou em R$ 4 bilhões: foi exatamente de R$ 3,957 bilhões. Era de R$ 3,7 bilhões no final do primeiro trimestre.
A diferença é o prejuízo registrado entre abril e junho: R$ 227 milhões. Esse alto valor também embute uma grande quantia potencial em créditos tributários, desde que a
empresa compradora também tenha altos lucros. As regras para aproveitamento desses créditos limitam a compensação a 30% do lucro real, mas uma das vantagens é de que
os créditos gerados não perdem a validade.