Em 2004, muito antes de soluções digitais serem comuns no Brasil, Rossana Costa criou a Geo, empresa de gestão de dados e de apólices online para seguradoras e corretores de seguros. Na época, o produto 100% digital era visto com desconfiança muito maior do que a que ainda existe hoje no segmento, marcado por grande troca de documentos impressos. Quinze anos depois, a Geo tem metade da equipe de TI composta por mulheres e Rossana desafia o alcance do conceito de diversidade, afirmando que na sua empresa não há qualquer preconceito, o intelectual – uma ideia que não é tão simples de absorver.
Rossana explica que há uma preocupação conceitual
em evitar discriminação, mas também existe um motivo muito pragmático: a distribuição de funções na empresa
e o cuidado de evitar custos com demissões.
– Somos poucos, e algumas pessoas já trocaram de área umas cinco vezes. Às vezes, a pessoa tem outro ritmo, é mais sensível para outra área – pondera.
Para a empresária, a questão intelectual é mais aparente em empresas menores. Em vez de ser demitido por baixa performance, o funcionário que não se sai tão bem em determinada atividade recebe uma chance para se desenvolver em uma área com a qual se identifique.
– Hoje, ser inovador é bem mais do que entregar produtos tecnológicos. Talvez em 2004 fosse mais fácil. Agora é preciso entregar soluções mais humanas e com sustentabilidade – complementa.
A empresa tem ainda um programa educacional que financia qualquer tipo de aprendizado dos 22 funcionários, de graduação a cursos de especialização. Com sede mantida em Porto Alegre – apesar de muitas sugestões de mudança –, a empresa ajudou a criar uma solução para as construtoras e os compradores de imóveis ao criar um tipo de seguro que quita a dívida em caso de morte do devedor. Tem parceria com multinacionais como a alemã Zurich, a francesa AXA e a americana MetLife.
Agora, com a chancela recebida por seus produtos digitais, a Geo pretende expandir a sua atuação para o setor de crédito, com a mesma proposta, até o próximo ano. Um dos diferenciais de seu produto é não ter preço diferente por faixa etária, como é comum no segmento. De 18 a 80 anos, o valor é o mesmo. Segundo Rossana, o fato de não demandar recálculo também significa economia de 40% para a seguradora.
– Estamos há 15 anos dando lucro com esse modelo, então dá para fazer – afirma.
* Colaborou Camila Silva