Curitiba teve, no final de 2017, a maior proporção de famílias endividadas entre as capitais brasileiras. Dados da 8ª Radiografia do Crédito e do Endividamento das Famílias Brasileiras, da Fecomércio-SP, mostram que as famílias de Porto Alegre, embora tenha o menor peso em dívidas totais no sul do país, enfrentam mais problemas para pagá-las em dia. O atraso na quitação afeta 46% do total. Não é apenas o maior percentual do Sul, está muito acima da média nacional, de 26%. A capital gaúcha só fica atrás, em inadimplência, de Vitória (ES), que tem a maior proporção de contas em atraso, 49%.
No período analisado, 70% dos porto-alegrenses estavam endividados, um ponto percentual abaixo do nível de dezembro de 2016. Em números absolutos, significa que 378.723 famílias de Porto Alegre têm pendências. O ponto mais positivo é o fato de a proporção da dívida em relação à renda está dentro do patamar recomendado para uma boa administração do orçamento familiar (30%).
Na análise da Fecomécio-SP, a saída da recessão elevou discretamente a renda e levou ao retorno ao consumo. A lentidão da retomada manteve a inadimplência alta. Um detalhe inquietante do estudo divulgado neste final de semana: brasileiros endividados gastaram R$ 355 bilhões com juros em 2017. Esse valor equivale a quase 11% de toda a renda anual dessa população. A análise foi feita com base em informações do Banco Central, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).