No meio da tristeza e da raiva profundas que tomaram conta de muitos brasileiros, buscamos culpados neste governo, no anterior, em todos desde Juscelino Kubitschek, último presidente a colocar seus pés no Museu Nacional, destruído por um incêndio que começou no domingo. A tristeza provém do tamanho da perda, que ninguém ousa calcular mas é gigantesca. Não só dos itens expostos, mas de dois séculos de conhecimento acumulado, agora transformado em cinza. A raiva, da certeza de que se trata de uma tragédia não só anunciada, mas que tinha até plano para ser evitada. Só não deu tempo. Só não teve nossa atenção. Só não teve nossa presença.
O exemplo dos outros
É preciso ocupar nossos museus para evitar tragédias
O destino do Museu Nacional poderia ter sido outro se todos nós fizéssemos filas para ver Luzia, meteoritos, múmias e o fóssil mais antigo das Américas