
O tempo se arma lá fora, e a gente começa a tremer aqui dentro. Donald Trump ainda não entendeu, mas gente mais esperta já. O aumento da frequência e da intensidade de tempestades, efeito da mudança climática, atraiu a atenção de empresas de seguro para o Rio Grande do Sul. A Sompo Seguros, de origem japonesa, está fazendo operação especial para atender ao Estado depois da tempestade de 1º de outubro. Segundo o Relatório de Danos Materiais e Prejuízos Decorrentes de Desastres Naturais no Brasil (Ceped/UFSC), entre 1995 e 2014, 135.569 habitações foram danificadas e outras 4.071 foram destruídas aqui, com prejuízo estimado em R$ 511 milhões.
A Sompo é do Grupo Sompo Holdings, que se apresenta como um dos maiores seguradores do mundo. E criou uma estrutura especial para atender às ocorrências relacionadas à tempestade que atingiu Porto Alegre na noite de 1 de outubro. Na ocasião, o temporal durou cerca de 35 minutos, mas gerou muitos estragos devido à intensidade. Segundo divulgado pelo Centro Integrado de Comando da Cidade de Porto Alegre (CEIC), a tempestade registrou chuva torrencial, granizo e rajadas de mais de 100km/h, arrastou container, provocou bloqueios em vias por causa da queda de árvores, e falta de luz em muitos bairros – em alguns, só voltou 10 horas depois.
A seguradora mobilizou uma equipe técnica, que inclui profissionais vindos de outros Estados, com objetivo de viabilizar imediato atendimento às ocorrências. Os sinistros (ocorrência que provoca prejuízo ao bem do segurado) registrados até o momento representam um aumento expressivo em relação à média geralmente registrada em período semelhante, conforme a Sompo. Os mais comuns foram destelhamentos de casas, danos a janelas e fachadas, queda de raios e alagamento.
O episódio do dia 1º de outubro ficou registrado como o pior desde o temporal de 29 de janeiro de 2016, quando uma tempestade classificada como supercélula (quando há uma forte corrente de ar ascendente girando dentro da nuvem), decorrente do calor, ganhou força ao chegar à cidade e resultou em ventos de 120 km/h. Pela violência e longa duração (quase uma hora), a tempestade resultou em mais de 210 mil imóveis sem energia elétrica e várias regiões da cidade foram atingidas. Na ocasião, a Sompo também montou um esquema especial a fim de garantir celeridade nos processos de atendimento aos segurados e corretores de seguros.
O Sistema Ceic Metroclima da Prefeitura de Porto Alegre mantém o alerta para a previsão de chuva e instabilidade nos próximos dias. Além de não se descartar ocasionalmente vento forte e queda isolada de granizo em alguns pontos, a chuva deverá ser forte ou intensa, com volumes elevados em muitos momentos, gerando transtornos como queda de árvores, cheias de rios, córregos e alagamentos.