Até agora, havia divisão de águas entre expectativa e economia real, mas agora as cores se fundiram. Em outubro, o índice da Fundação Getulio Vargas (FGV) que mede a confiança do setor (ICI) recuou 1,6 ponto, para 86,6.
A virada na onda veio após as expectativas subirem, em setembro, ao maior nível (88,2) desde julho de 2014. Para o superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, Aloisio Campelo Junior, a situação é "clara":
– A indústria voltou à fila de espera da demanda no país, como os serviços.
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Campelo atribui parte desse desempenho à alavanca nas exportações causada pelo dólar em patamar superior no início do ano. Mas, com a recente valorização do real, a indústria tomou "dose de realismo", avalia:
– A recuperação pela via externa perdeu fôlego.
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) também recuou 1,7 ponto em outubro, para 78,9. Apesar das baixas nas expectativas nos dois segmentos, Campelo não projeta que ambos entrem em trajetória de queda contínua, como nos meses anteriores ao período entre março e abril.
– O indicador da indústria talvez tenha subido mais do que a economia real justificava nos últimos meses. A recuperação será lenta, mas não há tendência de queda sucessivas – analisa.