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Não foi positivo o primeiro retorno recebido pelo Estado sobre o enredado caso dos projetos eólicos barrados para o leilão do dia 16 de dezembro. Apesar de o Ministério de Minas e Energia (MME) ter pedido a reavaliação da nota técnica que aponta falta de conexão para novas gerações no sul do Rio Grande do Sul, o secretário Lucas Redecker recebeu nesta segunda-feira, do secretário de Planejamento Energético, Eduardo Azevedo, o diagnóstico de que o Estado, de fato, não tem condições de receber mais energia no prazo de entrega (julho de 2019).
Como faltam 45 dias para o leilão, a possibilidade de superar o obstáculo começa a encolher. Pode não ser impossível, mas ficou mais difícil. O próprio secretário reconhece. Redecker adianta que ainda vai tentar verificar ponderações de empreendedores que asseguram ter alternativas para colocar energia no sistema.
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A precaução do ministério é justificável: milhões foram jogados ao vento – metaforicamente – em parques eólicos sem conexão com o sistema no Nordeste. A questão é que, no caso do Rio Grande do Sul, o que separa os projetos do caminho de sua viabilização são três meses. Não bastasse estar diante de um obstáculo por detalhe, ainda há controvérsia entre diferentes agentes sobre a data. É um caso kafkiano.
O leilão de dezembro não será o último. Conforme Redecker, o MME deve fazer disputas semestrais. A questão é que, em um período difícil para a economia gaúcha, mais até do que a nacional, atrasar movimentação de recursos não é má notícia – é péssima.
O secretário lamenta que o Estado enfrente essa barreira e lembra que o governo gaúcho fez "a lição de casa": uma força-tarefa garantiu as licenças ambientais necessárias para disputar o leilão. Ficamos sem vento. E sem fôlego.