No segundo trimestre sobre o qual havia expectativas de que a atividade econômica tivesse parado de piorar, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) veio com alguns sinais de alerta e outros de esperança.
O alerta: ainda piorou, até mais do que o esperado pela média dos analistas. As expectativas mais pessimistas andavam na casa de um declínio de 0,5%, e o resultado foi mais um recuo de 0,6%, o sexto consecutivo. Quase todos os indicadores ainda estão no vermelho.
A esperança: o indicador de investimento do PIB mudou para positivo pela primeira vez depois de um declínio contínuo de 10 trimestres, ou dois anos e meio. O tombo de 8,5% no segundo trimestre de 2015 só é menor, na história recente, dos 8,6% do último trimestre de 2008, ano de crise global.
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O indicador conhecido como Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) mede a aposta das empresas na compra de máquinas e equipamentos para a produção. Mais do que mostrar o que ocorreu no trimestre anterior, sinaliza o que pode vir pela frente. Não por acaso, tinha dado o primeiro sinal de que havia algo errado na economia: começou a cair no último trimestre de 2013 e não parou mais. O Brasil não cresceu no ano seguinte e mergulhou em recessão nos dois consecutivos.
Isolado, o dado não garante retomada, mas autoriza a projetá-la. A taxa de investimento em relação ao PIB, de 16,8%, ainda é a mais baixa desde 2003. A inflexão na tendência de afundamento, porém, pode ser a luz no fim do túnel, desde que seja reforçada e confirmada nos próximos trimestres.