Nem R$ 170,5 bilhões previstos como déficit primário, nem o buraco de estimado em R$ 133,6 bilhões para a Previdência só neste ano. A cifra que está no topo da lista de preocupações da equipe econômica é a da dívida pública. Uma parte dessas pendências teve um pequeno recuo de 3%. A dívida pública do Tesouro Nacional ficou em R$ 2,799 trilhões – sim, são 13 dígitos no valor completo. E isso com a tímida redução, que não representa alívio por ser resultado apenas de uma característica específica de vencimento dos papéis que compõem o endividamento.
A dívida pública federal é aquela contraída exatamente para financiar déficits e rolar o endividamento total quando não há condições de cumprir com os pagamentos correspondentes. É composta por títulos que são negociados por quem faz, como muitos brasileiros, aplicações em renda fixa. Quer dizer, os maiores credores somos nós.
Foi a trajetória crescente da dívida que fez o Brasil perder todas as três notas em grau de investimento. É para desmontar esse desenho que estão sendo desenhadas as medidas de correção da economia. Por isso, a “autorização” para gastar até R$ 170,5 bilhões acima do que o país vai arrecadar neste ano foi obtida para o pior dos casos, quer dizer, se não for possível conseguir evitar esse resultado. Quer dizer, é meta, mas no pior cenário.
Como déficits sucessivos viram endividamento, e o principal objetivo do governo é evitar que a situação se agrave, também será preciso atuar para evitar que a “nova meta fiscal” se concretize. Caso não seja possível, o Brasil terá déficit equivalente a 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Seria o maior em mais de 25 anos.Será sob o barulho das gravações com parlamentares e integrantes do governo que precisam ser encaminhadas as soluções para os problemas bilionários do Brasil. Não é à toa que o mercado se acautelou.