Pergunte a qualquer empresário, economista ou analista: faz parte da extensa lista de crises do Brasil – política, econômica, de representação – a da ética. O fato de um réu na Justiça ter iniciado o processo de afastamento de uma presidente da República sem acusação clara e compreensível, embora não menos grave, foi um dos assuntos destacados pela extensa cobertura internacional sobre o Brasil de 2016.
Diante do cada vez mais provável afastamento da presidente Dilma Rousseff, a partir da próxima quinta-feira, esse mesmo réu poderia vir a ocupar sua cadeira. Mau sinal para a ética, mau sinal para a política e mau sinal para a economia. Se você fosse um estrangeiro, investiria seu dinheiro em um país que tem um réu no segundo posto de comando do país? A essa altura, todo candidato a desenvolver qualquer projeto no Brasil, esteja nos Estados Unidos ou na China, conhece a, digamos, folha corrida de Eduardo Cunha.
Muitos oposicionistas criticaram a presidente Dilma Rousseff por fazer um discurso, para a imprensa internacional, que colocava a imagem do Brasil em risco no Exterior. Nada mais danoso, para a forma de encarar um país que, sob Dilma, já perdeu o mais alto selo de qualidade de crédito, do que correr o risco de ter um réu no segundo cargo da República.