Um mês e meio depois da posse na Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-PoA), Alcides Debus está definindo o novo perfil de comando e o próprio perfil de atuação da entidade. No plano estratégico, discutido há poucos dias com a nova diretoria, está acentuar o aspecto de empreendedorismo, prestação de serviços e de posicionamento político – mas não partidário, frisa Debus – da entidade.
Um dos primeiros resultados desse novo posicionamento é a atuação em nome dos comerciantes do centro de Porto Alegre, que se consideram acossados pela violência. A CDL-PoA está encaminhando pedido de reforço "urgente" no policiamento da região, especialmente no entorno da Rua Dr. Flores, tradicional ponto de venda de produtos de alto valor. A justificativa? "Reverter o quadro de insegurança e medo que se instaurou entre funcionários e consumidores", é a resposta oficial da entidade.
Um dos casos mais recentes, relata Debus, é o assalto na Multisom, na última sexta-feira. A rede de produtos eletrônicos soma, em quatro meses, quatro assaltos a uma de suas lojas, com prejuízo somado de R$ 30 mil. Mas há outro aspecto destacado pelo diretor da rede, César Camargo: o temor dos colaboradores, que começam a pedir transferência das unidades instaladas no centro da Capital.
– Precisamos voltar a ter policiamento na rua, para reverter essa situação de medo e instabilidade o quanto antes – afirma.
Para não se basear apenas em casos isolados, a CDL-PoA já marca o novo posicionamento por uma pesquisa que mostra que a maioria dos lojistas (44,2%) prefere nem contabilizar as perdas com furtos e roubos. Mas outro dado que impressiona é que, embora uma pequena parte das lojas (16,3%) tenha sofrido diretamente com a violência, quase a metade de seus funcionários (47,7%) já foi assaltada e a mesma proporção de comerciantes alterou o horário de funcionamento para tentar prevenir ataques.
Confira mais dados da pesquisa feita pela CDL