Na audioconferência para informar os resultados da Gerdau em 2015, o presidente e CEO da siderúrgica, André Gerdau Johannpeter, afirmou que a empresa segue no processo de "reavaliar o potencial de rentabilidade" dos negócios da empresa. Disse que, embora não exista "decisão tomada", todas as possibilidades estão em análise: joint ventures (associações com empresas estrangeiras), venda parcial ou fechamento de unidades.
No ano passado, a receita líquida consolidada da Gerdau ficou 2% acima da obtida em 2014, fechando em R$ 43,6 bilhões. O resultado operacional (Ebitda) e o lucro líquido foram ajustados em decorrência de perdas não recorrentes de R$ 5,3 bilhões, que geraram perda contábil de R$ 4,6 bilhões. Com o ajuste, a siderúrgica registrou lucro de R$ 684 milhões.
Com projeção de nova queda de vendas entre 6% e 8% para este ano – em 2015, a redução foi de 5% em relação ao ano anterior –, a Gerdau pretende reduzir seus investimentos em 35% em 2016, para R$ 1,5 bilhão. A iniciativa é parte dos esforços para reduzir a alavancagem (proporção da dívida em relação a indicadores de desempenho) que vem preocupando a empresa. No ano passado, a Gerdau Metalúrgica fez uma oferta pública de ações no valor de R$ 900 milhões, utilizado principalmente para reduzir o endividamento da empresa de R$ 2,1 bilhões para R$ 1,2 bilhão, e melhorar a situação de liquidez da empresa. No total, o endividamento da empresa alcança R$ 19,5 bilhões.
Para este ano, conforme o diretor de relações com o mercado da empresa, Harley Scardoelli, não há previsão iniciativas extraordinárias para seguir reduzindo a alavancagem. A estratégia será focar em geração de caixa – auxiliada pela conversão da receita em dólares, da operação na América do Norte para reais, redução de custos e restrição de investimentos. No início da audioconferência, Johannpeter lembrou que a divulgação de resultados foi adiada do dia 1º para esta terça-feira em decorrência da necessidade de avaliar os autos que envolveram a Gerdau na sexta fase da Operação Zelotes. Perguntado, afirmou que todas as informações sobre a questão estão nas notas explicativas do balanço, mas adiantou que a empresa não fez provisão (reservou recursos) para uma eventual derrota jurídica no caso.