A deterioração da economia brasileira ao longo de 2015, agravada pela crise política entre o Planalto e o Congresso, azedou as previsões da Fiergs para o desempenho brasileiro em 2016. Na projeção mais pessimista, divulgada na manhã desta terça em balanço anual, projeta queda de 4% do PIB no ano que vem. Por mais catastrófico que já pareça esse cenário, nos últimos dois anos, é bom lembrar, as estimativas mais negativas feitas pela Fiergs foram mais positivas do que o resultado oficial registrado pelo IBGE (veja no gráfico abaixo).
O presidente da federação, Heitor José Müller, lembrou que o objetivo das estimativas não é acertar em cheio um número, mas as ponderações do economista-chefe da entidade, André Nunes de Nunes, sobre Argentina e o benefício do câmbio para a indústria, são dois exemplos de fatores que dão base para crer que 2016 deve sim pender para o lado negativo das previsões.
– Apesar da desvalorização do câmbio, não vemos o setor externo puxando uma grande recuperação da indústria em 2016. E em relação a Argentina, não vejo as mudanças na política econômica trazendo resultados concretos já no ano que vem. Espero mais para 2017 – avalia o economista.
Depois de agravar a perspectiva histórica da recessão em relação ao comentário da Fecomércio, que havia afirmado ser a pior desde aos anos 1930 e avaliar que é a mais grave desde 1901, Müller tratou de levantar o moral das tropas, citando uma frase de Albert, o Eisntein:
"Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la".