Os números finais da Olimpíada sempre provocam o que pode ser chamado de sociologia de resultados. Surgem teses sobre as causas sociais e políticas de triunfos e fracassos, e a quantidade de medalhas ganhas passa a ser um medidor de virtudes nacionais. Mas, como toda sociologia instantânea, esta tem dificuldade em lidar com o que não é óbvio. Obviamente, ganham mais medalhas os países mais bem alimentados e ricos, que podem investir mais em esportes e preparação de atletas. Cuba seria uma exceção, pois ganha (ou ganhava, nesta Olimpíada nem foi tão bem) medalhas em desproporção ao seu poderio econômico e a sua dieta alimentar. Mas aí a explicação também é óbvia: países socialistas tradicionalmente usam o esporte como propaganda, seu investimento desproporcional é na competição ideológica. Mas há outras exceções que desafiam as teses. E muitas vezes levam a fantasias, como a teoria do leão.
Opinião
Teoria furada
Leia a coluna publicada na superedição de fim de semana de ZH
Luis Fernando Verissimo