As obras do Cam Nou impactam pela velocidade e pelo tamanho da transformação que está sendo feita no estádio. Mas não apenas por isso. Os catalães são também impactados pelas denúncias de infrações às leis em relação aos trabalhadores trazidos de fora da Espanha para a reforma. Boa parte deles vindos de países do leste, como Romênia e Albânia.
Aliás, colocar tantos operários de origens distintas no mesmo canteiro também causa problemas na convivência diária. Nesta sexta (11), por exemplo, uma briga campal parou as atividades no estádio e precisou de intervenção da polícia. Foi a segunda vez no ano que problemas de violência ocorrem no local
Segundo o jornal Mundo Deportivo, 20 operários entraram em confronto, por volta das 14h30min do horário local (9h30min em Brasília). Seis deles tiveram ferimentos leves. Os envolvidos utilizaram peças da construção, como pedaços de pau, para agredir os outros presentes na situação, de acordo com o portal.
Tudo teria começado porque um operário deu uma cusparada em outro, segundo as informações. As tensões teriam iniciado há algumas semanas, entre trabalhadores de empresas subcontratas da Romênia e da Albânia. A responsável pela obra é uma construtora turca, a Limak, que venceu a concorrência ao apresentar preços mais baixos. Gigante na Turquia e na região, a Limak queria entrar no mercado da Europa Ocidental, e a obra do Camp Nou se apresentou como um excelente cartão de apresentações.
Porém, as denúncias de trabalho em condições precárias se repetem. O jornal El Periódico trouxe, há alguns meses, relatos de obreiros que dormem nas ruas, já que os pagamentos são baixos e impedem que paguem aluguel em locais de fácil acesso. Em maio, uma outra desavença entre operários terminou em três feridos e quatro detidos.
O Barcelona pretendia retomar os jogos no estádio, com limitação de público, em novembro. No entanto, o clube já adiou para fevereiro ou março a volta ao estádio. O que acontecerá com público reduzido.
A obra estará totalmente concluída em 2026. O custo estimado será de 1,5 bilhão de euros. O projeto é pagar o financiamento com as novas receitas geradas pelo estádio, cuja capacidade saltará de 99 mil para 106 mil lugares. O aumento mais significativo será com as áras VIP.
*Colaborou: Nikolas Mondadori