Mesmo que a Libra já tenha alinhavado com a Globo o contrato de TV para o ciclo 2025-2029, as peças seguem se movimentando no tabuleiro das ligas. O último ato foi a migração de quatro clubes paulistas da Série B para a Liga Forte União (LFU). Ponte Preta, Mirassol, Novorizontino e Mirassol deixaram a Libra.
O Guarani provavelmente seguirá o mesmo caminho. Depende de aprovação no seu Conselho. Pode parecer um movimento pequeno, afinal serão cinco clubes da segunda divisão nacional. Mas isso representa, a partir de 2025, uma maioria de clubes na elite da Liga Forte.
Hoje, a divisão na Série A é de 11 clubes da LFU, oito da Libra e o Corinthians, que negocia de forma independente seus direitos de TV neste momento. Numa projeção para 2025, há poucas possibilidades de a LFU perder a maioria dos clubes. Isso só deixaria de acontecer se Santos, Paysandu e Brusque, que são da Libra e disputam a Série B, alcançassem o acesso juntos e nenhum integrante do bloco fosse rebaixado.
Esse cenário faz com que a LFU recupere poder de negociação. O contrato da Globo com a Libra, por exemplo, só prevê o valor máximo de PPV se for com os 20 clubes. Neste momento, pela Lei do Mandante, o pacote de jogos disponíveis no acordo é de 4,5 jogos por rodada (isso porque apenas nove clubes assinaram).
Com essas cartas na mesa, a LFU ganha força para negociar em caso de reaproximação com a Libra. O bloco ainda não vendeu seus direitos para o ciclo 2025-2029 e tem conversado com todos os "players" do mercado. Porém, o fato de a Globo já ter estabelecido um valor na transação com a Libra coloca parâmetros financeiros na negociação.
Dirigentes da LFU lamentam que, ao final, no acordo fechado pela Libra com a Globo, o Flamengo tenha aberto mão do mínimo garantido no PPV. Essa era uma das travas para que os dois blocos topassem formar uma liga unificada.
O clube carioca aprovou, em seu Conselho, o contrato com com a empresa televisiva, porém, houve questionamento para a perda de R$ 80 milhões anuais em relação ao acordo atual. O presidente Rodolfo Landim argumentou que esse valor seria recuperado com os patrocinadores, pela visibilidade que teriam nas transmissões da Globo.