O mercado de transferências ganhou um novo protagonista. O Bahia furou a fila e, vitaminado pelo dinheiro do City Group, começa 2023 mirando os mesmos alvos de clubes endinheirados, como Palmeiras, e tirando lugar de figuras carimbadas, como Grêmio e Inter. Principalmente, o Inter, que foi ao mercado com dinheiro no bolso e cheio de esperanças. O caso de Jean Lucas é o melhor exemplo. Havia uma conversa entre a direção colorada e o Santos. Tudo parecia fluir bem, até chegarem os executivos baianos do City Group.
Além do volante santista, o Bahia possui interesse em dois jogadores da Dupla Gre-Nal que possuem certo destaque: Maurício, do Inter, e Ferreira, do Grêmio. É bom se acostumar com esse novo personagem na mesa de negociações, porque ele veio para ficar.
No começo de dezembro, em entrevista, o presidente recém eleito do Bahia associativo, o ex-goleiro Emerson Ferreti, afirmou que o City Group investiria R$ 320 milhões no futebol do clube. Depois, Emerson veio a público corrigir. Disse que não tinha o valor exato do investimento. Apenas que ele seria maior do que e de 2023, considerado o ano zero do conglomerado na gestão do futebol do Bahia. Desde maio, quando assinou o contrato, o City Group gastou quase R$ 100 milhões em jogadores. Foram 25 contratações, ao todo. Emerson também ressaltou que, no investimento para 2024, está a compra de área para construção de novo CT. Mesmo tirando esse investimento em estrutura, é possível prever que o Bahia virá forte na janela de verão.
A Dupla precisará ser ainda mais criteriosa e eficiente na busca por contratações. Mais do que nunca, terá de usar seus centros de análise de dados para encontrar jogadores antes que eles entrem no radar de clubes endinheirados, como Flamengo e Palmeiras, e das SAFs.
Aliás, esse é um outro detalhe do mercado de transferências. Além de de ser uma disputa de cartões de crédito, ele virou uma batalha travada no campo da ciência de dados. Todos os clubes contam com os mesmos softwares. Quem tiver os melhores analistas e os mais hábeis para garimpar nomes, estará um passo à frente.
A base
O City Group não comprou o Bahia por gostar de acarajé ou por Salvador ser uma cidade maravilhosa. Comprou porque quer buscar jovens talentos direto na fonte. Assim como ele comprou o Montevideo City Torque e quer buscar direto no Uruguai, o mesmo vale para Bélgica, onde eles também têm um clube. Eles não querem mais comprar jogadores com idade “avançada”, querem comprar o atleta ainda na base, com 15 anos ou menos e moldar o jogador. Antes disso, ainda, tem todo um processo de transição pra chegar à base dos clubes, pois a base é um processo mais lento de adaptação.