O Greuther Fürth, da Bundesliga B, a segunda divisão alemã, foi enfrentar o Hallescher, da terceira, pela primeira fase da DFB Pokal, a Copa do Brasil de lá. Deu a lógica, 1 a 0 para o Greuther. O que era para ser um jogo sem badalação alguma virou notícia e centro de debate no futebol da Alemanha.
Graças à coragem e a postura firme do técnico do Greuther, Alexander Zorniger. Na entrevista coletiva, ele colocou o dedo na ferida de uma sociedade inteira ao protestar contra os atos racistas cometidos contra seu jogador Julian Green.
Norte-americano e negro, Green foi chamado várias vezes de macaco. A manifestação de Zorniger, 51 anos, mobilizou o país e recebeu apoio de clubes, como Schalke, Werder Bremen e Borussia, e foi compartilhada por torcedores de outros times.
Fica o exemplo de Zorniger. Atos como esses são muito comuns por aqui e tem se repetido, principalmente, em jogos da Libertadores. Que nossos técnicos e jogadores usem os microfones e a força que têm para se posicionar. Como fez o técnico alemã. Confira:
"Meu jogador (Julian Green) foi chamado de 'macaco' diversas vezes. Não aconteceu apenas uma, duas ou três vezes. O estádio estava 95% cheio. Havia pessoas suficientes que poderiam ter intervindo. Algo assim é intolerável, seja em Fürth, Nuremberg ou Rostock. Não quero que vivamos numa época em que uma pessoa pensa que vale mais do que a outra. Levante-se e diga ao racista: 'Cale a sua boca! Não quero mais ouvir isso!'. Somos um grande país e temos de agir como tal. Se não fizermos isso, os nazistas, que já sentam no Bundestag (parlamento alemão) terão cada vez mais força. Esse é o nosso trabalho, do povo, e não do governo ou qualquer instituição."