O Flamengo sabia quem estava contratando quando buscou Jorge Sampaolli. Dono de temperamento forte, de pouca conversa no vestiário e com método de trabalho no qual não consta afagos em jogadores. Que é tudo o que os jogadores do time carioca mais pedem e exigem de quem os comanda. Principalmente após a queda na Libertadores para o Olimpia e antes de uma decisão de vaga na final da Copa do Brasil contra o Grêmio.
Nos tempos de Santos, Sampaolli se relacionava apenas com os jogadores e sua comissão. Com alguns jogadores, caso de Pituca, tinha conversas mais longas. Os demais chegavam até ele via assistentes.
Uma de suas medidas na Vila Belmiro foi tirar do vestiário Serginho Chulapa, que era espécie de auxiliar fixo. Nem precisa dizer aqui que Chulapa é um dos grandes ídolos dos santistas.
No Atlético-MG, o argentino manteve seu estilo. Sua relação mais próxima ficava restrita ao seu círculo de confiança, formado pelos assistentes e pelos seus preparadores físicos. Na época, o então presidente Sérgio Sette Câmara, pouco antes do fim de seu mandato, disse que sua relação com Sampaolli era "zero, praticamente nula".
Numa entrevista, Sette Câmara revelou que o técnico era fechado, de pouca conversa, o que se estendia ao departamento de comunicação e o corpo médico do departamento de futebol. No domingo, depois do empate nos acréscimos com os reservas do São Paulo, o técnico deu a pista da razão para tanta frieza com ele de parte dos jogadores deste Flamengo:
— Digo sempre, o treinador tem a obrigação de projetar uma forma de jogar. O jogador tem de se adaptar ao que o treinador precisa de sua ideia futebolística.