Natã será o substituto de Geromel no domingo, contra o Cruzeiro, no jogo mais esperado da Série B aqui na Arena. Afinal, são cinco Libertadores, seis Brasileirões e 11 Copas do Brasil em campo. Aos 21 anos, o guri criado no CT de Eldorado do Sul e forjado nos campos duros do Gauchão e da Série D pelo Aimoré, recebe a sua chance.
Para quem o conheceu na passagem pelo Cristo Rei, não há razão para alarmismo. Natã está pronto, dizem todos. Aliás, a trajetória de Natã lembra muito a de Ferreira, outro jogador que também passou pelo Aimoré, por empréstimo, para ganhar rodagem. Nem tanto pelas atuações em campo, afinal, o meia-atacante teve a passagem por São Leopoldo encurtada por lesão.
A semelhança entre os dois está no fato de nunca terem sido aqueles jogadores tratados como joias na base gremista. Tiveram de buscar seus lugares com suor.
Estatura
Natã enfrentou as desconfianças relativas à sua altura. Tanto que seu contrato se encerrava em outubro e só foi renovado depois da passagem por São Leopoldo. O guri tem 1m81cm, uma estatura modesta para zagueiro. Hoje, são poucos abaixo de 1m85cm a ocupar a área nos grandes clubes.
Rapidamente, me recordo aqui de Bruno Méndez, que resgatou sua carreira no Inter e que, no Corinthians, jogou mais de lateral-direito em sua primeira passagem.
Natã compensa a estatura com bom tempo de bola e impulsão. Foi assim no Gauchão, por exemplo, quando enfrentou centroavantes cascudos e foi bem. Outra característica, essa apontada pelo ex-vice de futebol do Aimoré, Ronaldo Vieira, é a liderança. Na segunda rodada do Estadual, mesmo ainda com 20 anos, ele foi designado pelo técnico Rafael Lacerda o capitão do time. O veterano Jean, ex-Caxias, era seu companheiro e dono da braçadeira, mas se lesionou.
Natã assumiu o posto e foi o grande destaque do time no Gauchão. Saiu-se tão bem que Roger pediu para observá-lo de perto no CT. Aprovou, renovou até o final de 2023, ganhou elogios de Kannemann e, agora, será o titular no grande jogo da Série B na Arena.