Douglas Costa voltou do primeiro escalão da Europa para jogar no clube do coração. Era uma prova de amor clara. Seis meses depois, a separação entre o astro e o Grêmio acaba da pior maneira possível, com decepção. Douglas errou a mão muito feio.
Mostra uma total desconexão com o ambiente que o cerca. Pedir dispensa a 48 horas de um dos jogos mais importantes da história recente do Grêmio para estar em uma festa é a prova mais clara de que está alheio ao mundo e desplugado do drama vivido pelo grupo. Em resumo, falta comprometimento com o coletivo. Não se pode tirar outra conclusão.
Os jogadores, é óbvio, reagiram a essa postura do craque do time e, por isso, o dono do maior salário. Há exigência deles por um pedido de desculpas ao grupo. A relação teria azedado. A esse pedido de dispensa feito por Douglas se somaria o cartão amarelo inexplicável levado contra o São Paulo e a ausência no jogo contra o Corinthians.
Haveria também um pedido de desagravo do grupo em respeito ao esforço que fez, por exemplo, o zagueiro Kannemann nos últimos três meses, quando atuou com dores no quadril. O clima ficou pesado no vestiário às vésperas de uma das partidas mais importantes do Grêmio na sua história.
Faltou a Douglas Costa neste momento a sensibilidade mínima para perceber que seu pedido está totalmente deslocado da realidade. Se olhasse para o lado, por exemplo, veria, além da dor de Kannemann, a dor do seu técnico. Vagner Mancini, na segunda-feira, estava no enterro da mãe. Havia alguns dias ele convivia em silêncio com o drama particular.
Nunca o usou para se ausentar de treinou ou justificar alguma dificuldade técnica do time. Simplesmente, lidou com ele, à distância e sem poder estar perto para dar o apoio que é fundamental nesses momentos. Apoio, nas horas complicadas, é fundamental. É quando mais se precisa unir forças. Douglas Costa ignorou esse princípio básico de convivência em grupo.