Renato, na segunda-feira, concedeu uma entrevista de peito aberto ao Bem, Amigos!, do SporTV. Deu bastidores da sua saída, revelou choro quase compulsivo, inclusive abraçado ao presidente Romildo Bolzan Jr., dando mostra da relação fraternal e de respeito que construíram, e também mostrou que ainda não digeriu o adeus ao clube do coração.
Renato também explicou a insistência na busca por uma ideia de jogo que, se havia levado o time aos grandes títulos em 2016 e 2017, agora falhava. Segundo o técnico, essa insistência se explicava pelas características dos jogadores disponíveis. Eram elas que empurravam o Grêmio à quase obsessiva tentativa de resgatar o futebol de toque e envolvimento do adversário. Talvez esteja aqui a explicação para o fim da Era Renato depois de quatro anos e sete meses.
Os primeiros movimentos de Tiago Nunes, com praticamente os mesmos jogadores, mostra que era possível jogar de forma diferente, adotando verticalidade e velocidade de execução. Thiago Santos, em característica, é o único acréscimo que teve Tiago Nunes. É um jogador, cujo perfil, Renato não tinha, é verdade. Nem cito Rafinha, afinal, esse e Vanderson têm estilos parecidos. Havia meios para Renato alterar a forma de jogar. Se decidisse, por acaso, adotar modelo igual ao atual, poderia usar Lucas Silva na frente da área. Como fez várias vezes.
Tiago Nunes, ao fixar um centromédio, fez de Darlan e Matheus Henrique dois meio-campistas, jogadores híbridos, que cumprem funções tanto ofensivas, pisando na área, quanto defensivas. Os extremas já não recuam tanto e cabe a eles acelerar a transição, algo que antes ficava a cargo dos volantes e do meia, e isso fazia do Grêmio uma equipe lenta. São mudanças perceptíveis, apesar dos mesmos nomes.