Pode-se dizer que Lucas Silva e Thiago Galhardo representam um olhar dos técnicos ao sistema de marcação dos seus times. Pode parecer estranho colocar um volante, jogador da primeira função, e um atacante no mesmo balaio. Mas é exatamente isso que ocorre às vésperas do primeiro Gre-Nal das Américas. Por caminhos opostos, é verdade.
Renato só escala Lucas Silva porque não conta com um dos meias prontos para entrar e dar mais verticalidade ao seu time. Thiago Neves ainda carece de ritmo de jogo, Jean Pyerre, de jogo em si. Por isso, sem alternativa de criação, ele atarraxa Lucas Silva na frente da área para encontrar pelos laterais e pelos extremar outros caminhos que levem até o gol. Caberá a Everton, Alisson, Victor Ferraz e Caio Henrique acossar a defesa do Inter. Como fizeram no Gre-Nal do Beira-Rio — vale lembrar que Caio Henrique entrou no segundo tempo.
No caso do Inter, Galhardo tem boas chances de iniciar como titular justamente pelo engajamento na marcação. Se com D'Alessandro o time fica inventivo e com um jogador capaz do lance individual, com Galhardo, ganha vigor e uma agressividade na marcação da saída de bola do adversário, que ainda não haviam aparecido no Beira-Rio nesta Era Coudet.
A atuação do time contra a Universidad Católica afiança a escalação do meia-atacante buscado no Ceará em janeiro como uma boa alternativa de grupo. No Beira-Rio, ele mostrou capacidade para jogar mais à frente e emprestar ao time um engajamento coletivo capaz de compensar a perda técnica que representaria a ausência de um nome como D'Alessandro.