Aos 24 anos, Cláudio Winck corre contra o tempo no Sport. A chegada de Milton Mendes fez dele outra vez titular. Assim será contra o Grêmio, neste sábado, na Arena. O lateral emprestado pelo Inter voltou ao time contra o Vasco e fez um dos gols na vitória por 2 a 1, resultado que foi apontado como ponta de esperança na luta contra o rebaixamento.
Desde o final de março na Ilha do Retiro, Winck busca espaço para se afirmar. São 13 jogos como titular do Sport e mais três em que saiu do banco de reservas. O gol do último sábado (20) foi o terceiro no Brasileirão. A hora, diz, é de manter a sequência como titular e ajudar a livrar o Sport do descenso. Nem mesmo o futuro imediato entra na pauta.
Winck tem contrato com o Inter só até abril e, a partir do próximo mês, já poderá assinar pré-contrato. Por telefone, pouco depois de sair de um treino no CT do Sport, em Paulista, na grande Recife, Winck conversou com a coluna sobre o jogo contra o Grêmio e sobre seu momento em Pernambuco. Confira:
Como foi a preparação para encarar o Grêmio na Arena? Muda o fato de Renato usar reservas?
A preparação foi muito boa. Nosso pensamento é pontuar, precisamos pontuar. Estamos numa situação em que há necessidade urgente de buscar os resultados. Nos preparamos bem, jogaremos para buscar o resultado, respeitando o Grêmio. Vamos entrar da mesma forma (que seria contra os titulares). Ganhamos do Palmeiras no Allianz Parque, já mostramos nossa força. É tudo ou nada para nós. Vamos entrar muito focados.
Como está sendo a temporada para você?
Está sendo boa, fiz meu terceiro gol no Brasileirão contra o Vasco. Cheguei para a disputa da Série A, tenho jogado bastante. Estou tentando uma sequência boa de jogos.
O Sport está no quarto técnico no Brasileirão. De que forma isso impacta no dia a dia do jogador?
Cada um tem um jeito de pensar, de dar treino, é diferente. A gente tem de se adaptar. Acho que os quatro foram bons, gostei de todos. O Milton (Mendes) está fazendo um excelente trabalho. Nos pegou numa situação difícil, conseguiu deixar o ambiente bom. Estamos conseguindo as vitórias e procurando crescer.
Qual o cálculo para escapar?
Não tenho feito muito cálculo, estou até meio por fora. Temos falado bastante em jogo a jogo. Ganhando todas em casa, a gente consegue escapar (N.R.: o Sport tem 30 pontos e mais quatro jogos em casa e, assim, precisaria de mais uma vitória fora para chegar aos 45, o número mágico).
Como tem sido a relação com a torcida diante dessa campanha complicada do Sport?
Tem bastante cobrança, a torcida é grande aqui. Mas estamos procurando nos tranquilizar, precisamos disso neste momento. Estamos procurando dar uma reagida, conseguir o resultado, como foi contra o Inter e o Vasco, por exemplo.
Você vem de uma temporada sob pressão com o Inter na Série B e, agora, luta contra a queda no Sport. Como essa atmosfera o afeta?
É verdade, cara. No ano passado, tinha uma pressão absurda para subir o Inter. Não havia outra opção que não fosse o acesso. Jogador no Brasil tem de se acostumar com a pressão. Aqui temos entrado todos os jogos pressionados, vai meio que no piloto automático. Mas, quando ganhamos, como foi contra o Vasco, é alegria. Deu uma folguinha (risos).
Como está a vida em Recife? Com essa pressão, deu para curtir uma praia?
Estou sozinho aqui, minha namorada mora em São Leopoldo, faz a faculdade de Direito aí. Ela vem bastante me visitar. As praias são bem bonitas, sempre que tem uma folga, procuro ir a alguma delas. Moro em um flat, em frente à Boa Viagem. É muito agradável.
O Sport tem atrasado alguns pagamentos. Como é sua situação? O Inter paga todo o seu salário?
Cara, o Inter paga uma parte, a metade. Sobre isso, de atrasos, tenho pensado pouco. No momento, na minha idade, estou focado muito no futebol, no campo. O Sport é uma oportunidade boa de jogar a Série A.
Seu contrato com o Inter vai até quando?
Até abril do ano que vem. O pessoal do Inter ainda não falou comigo. Até entendo, o Inter está buscando o título. Mas eu também estou bem focado aqui no Sport, não estou pensando nisso no momento.