O Grêmio conheceu na noite desta quarta-feira o seu caminho na busca do quarto título da Libertadores. Pode-se dizer que a sorte sorriu para o atual campeão da América. Nada de altitude ou rivais de primeira linha do continente. A viagem mais longa será até Maturín, no norte da Venezuela, para encarar o Monagas. Dos três adversários, o Cerro Porteño é o mais forte e tradicional. O Defensor aposta na garra uruguaia e em suas joias formadas em casa. A seguir, confira um rápido perfil dos três primeiros rivais.
A nova casa embala o Cerro
O Cerro O Cerro Porteño viveu um 2017 de euforia. Em agosto, inaugurou seu novo estádio, o Nueva Olla, instalado no mesmo lugar do antigo, o La Olla, no bairro Obrero, em Assunção. Menos de quatro meses depois, o clube comemorou o primeiro título na nova casa. Ao vencer o Sol de América, de virada, por 3 a 2, conquistou pela 32º vez o Campeonato Paraguaio.
O Nueva Olla vale um capítulo à parte nesta descrição de quem é este Cerro. O estádio foi construído em dois anos e oito meses e custou US$ 22 milhões (cerca de R$ 69 milhões), o equivalente a 5% do custo do Maracanã. Sua capacidade é para 45 mil pessoas, e o Cerro se orgulha de ser o mais moderno do Paraguai. A grama foi plantada a partir de sobras daquelas usadas nas arenas erguidas para a Copa de 2014.
No campo, o time tem como técnico o colombiano Leonel Álvarez, volante daquela seleção histórica que tinha Higuita, Rincón, Asprilla e Valderrama na Copa de 1994. Álvarez conta com um time rodado, a começar pelo goleiro Anthony Silva, reserva da seleção. Outro nome conhecido é do atacante Haedo Valdez, de rodagem pela Alemanha, onde jogou no Werder Bremen, e também pela seleção. Os uruguaios Victorino, zagueiro, e o lateral Álvaro González, ex-São Paulo, também dão sustentação
A eles se unem nomes menos conhecidos, como o volante Marcos Riveros e o atacante argentino Julio Irrazabal permanecem. O centroavante argentino Churín, 28 anos, foi o goleador do Apertura, com 11 gols e é outra referência do time. Para se reforçar, o clube negocia a venda de sua maior promessa, o meia Colmãn, 19 anos. Álvarez pediu para o seu lugar o veterano Macnelly Torres, ex-Nacional-COL e Colo-Colo.
O Defensor aposta nos jovens
Quem visita a casa do Defensor Sporting não acredita que ali mora um dos clubes mais tradicionais do futebol uruguaio e dono de uma das mais férteis categorias de base do país. O Estádio Luiz Franzini está escondido no Parque Rodó, quase à margem da rambla à margem do Rio da Prata. Para chegar até ele, é preciso passar pelo parque de diversões com roda gigante e carrosséis que fazem a festa da criançada em Montevidéu nos fins de semana. Não fossem as torres de iluminação, um turista desavisado a caminho do elegante bairro Pocitos nem perceberia que ali residem "Los Violetas".
O Defensor, no entanto, construiu sua história compensando com qualidade técnica e muita entrega suas limitações. Foi assim nesta temporada. Venceu o Apertura e, na decisão de quem seria o campeão de 2017, vendeu caro para o Peñarol. O time é formado basicamente por jovens. O grande trunfo para 2018 foi a renovação do técnico Eduardo Acevedo. Assediado com propostas de outros países da América do Sul, ele decidiu permanecer para a Libertadores. O nome mais conhecido da equipe é o do volante Mathias Cardacio, 30 anos, que teve uma passagem pelo Milan. Facundo Castro, 22 anos, e Cecílio Waterman, panameño de 28 anos, formam uma dupla de ataque de força.
O estreante do norte da Venezuela
Criado em 1987, o Monagas estava na segunda divisão venezuelana até o ano passado. Até 2012, o clube estava na elite do país. Contava, inclusive, com três participações na Sul-Americana. Mas erros administrativos o derrubaram e precisou passar por processo de reestruturação. Finalizou o Clausura 2016 em terceiro e ganhou o Apertura 2017, que o credenciou para disputar a sua primeira Libertadores.
O Monagas manda seus jogos em Maturín, em um dos estádios erguidos pelo governo venezuelano para a Copa América 2007. Foi lá que o Brasil, por exemplo, derrotou o Chile na primeira fase da competição, que acabou vencendo ao derrotar na final a Argentina, em Maracaibo, sob o comando de Dunga.
O Estádio Monumental tem boas condições. O problema maior do Grêmio será mesmo chegar a Maturín, capital do Estado de Monagas, no norte da Venezuela. Assim como fez para encarar o Zamora nesta caminha pelo Tri, o clube precisará usar voo fretado para encarar a longa viagem.