Em uma cidade com menos de 70 mil moradores e com um "arranha-céu" de quatro andares, a Companhia de Bombeiros de Porto Alegre foi criada em 1º de março de 1895. Ela era controlada por várias companhias de seguros nacionais e estrangeiras, com ajuda financeira da administração municipal. A sede ficava na Rua Jerônimo Coelho, perto da Praça da Matriz.
O combate aos incêndios gerava preocupação no século 19 devido à precariedade de estrutura e falta de treinamento das equipes. A trajetória do primeiro Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul é detalhada pelo pesquisador Daniel da Silva Adriano, tenente-coronel da reserva da Brigada Militar, no livro Companhia de Bombeiros de Porto Alegre: resgate de uma história (1895-1935), da Editora Rio das Letras.
O português Norberto Garrido da Silva foi o primeiro comandante da companhia, uma empresa formada por 17 agentes que atuavam nas seguradoras. Eles não eram militares, apesar do uniforme e das insígnias que diferenciavam os escalões hierárquicos.
Garrido já tinha a experiência da Sociedade de Seguros Terrestres Porto-Alegrense, empresa privada que prestava os serviços de combate aos incêndios anteriormente. As companhias de seguros eram interessadas na contenção rápida das chamas para reduzir o valor das indenizações nos sinistros.
Inicialmente, a Companhia de Bombeiros era formada por duas seções, sendo uma de viaturas de tração animal e outra de veículos de tração humana. As bombas de incêndio precisavam ser acionadas manualmente. O Edifício Malakoff era o maior prédio da cidade, um "gigante" de quatro andares em frente ao Mercado Público.
Além de combater incêndios, os agentes precisavam processar as apólices dos prédios atingidos por fogo e inundações. Aos poucos, a estrutura começou a melhorar. Em 1899, foram comprados equipamentos modernos na Inglaterra. A primeira bomba a vapor tinha chassi montado em quatro rodas raiadas de madeira. Dois cavalos puxavam equipamentos e uma guarnição de seis homens. A primeira escada mecânica alcançava 18 metros de altura.
Em 1900, a 2ª de Bombeiros já estava sediada em um barracão de madeira na Praça Visconde do Rio Branco. Por muito tempo, o logradouro ficou conhecido como Praça dos Bombeiros. É o ponto onde ficam hoje o Pop Center e o terminal de ônibus Rui Barbosa, no Centro Histórico.
A companhia privada foi extinta em 1935. Os 71 civis que trabalhavam no combate ao fogo foram incorporados ao recém-criado Corpo de Bombeiros da Brigada Militar. Ao longo do tempo, foram várias denominações.
Em 2014, os deputados estaduais aprovaram a criação do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS), desvinculado da Brigada Militar.