Por mais de 40 anos, o Instituto Pereira Filho realizou pesquisas e prestou serviços na área da saúde em Porto Alegre. Inaugurado em 1916, ficava em belo prédio construído pelo Comendador Manoel José Pereira na esquina das ruas Voluntários da Pátria e Pinto Bandeira. O empresário ofereceu um lugar de excelência para o filho primogênito, Manoel José Pereira Filho, exercer ensino, pesquisa e indústria farmacêutica.
Pereira Filho, depois da formação como médico e farmacêutico na capital gaúcha, especializou-se no Rio de Janeiro, em 1912, com Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e outros grandes mestres. Inspirado no projeto desenvolvido em Manguinhos, o Comendador e o filho abriram o Instituto Pereira Filho.
Na década de 1920, formado em medicina, Oscar Pereira, irmão de Pereira Filho, também buscou especialização no Instituto Oswaldo Cruz. O Instituto Pereira Filho foi considerado um dos mais modernos e completos do Brasil.
No local, foram executadas inúmeras teses de médicos e farmacêuticos. O laboratório também realizava exames gratuitos para as enfermarias da Santa Casa. Em uma propaganda de 1928, a instituição oferecia soros, vacinas e análises médicas, além de produtos opoterápicos e farmacêuticos. No dispensário Antonio Cardoso Fontes, aberto ao lado, distribuía gratuitamente a vacina BCG, contra tuberculose.
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Os dois irmãos também foram professores da Faculdade de Medicina e comandaram o Sanatório Belém, construído para o tratamento de tuberculosos. Reconhecido pelo trabalho em Porto Alegre, Pereira Filho foi diretor do serviço nacional de tuberculosos, nos anos 1950, no governo de Getúlio Vargas.
O Instituto fechou em 1959, ano da morte de Pereira Filho. Ele é homenageado no Pavilhão Pereira Filho, da Santa Casa, referência em pneumologia e cirurgia torácica.
Oscar Pereira dá nome a uma importante avenida na zona sul de Porto Alegre. Filhos, netos e bisnetos dos dois irmãos também seguiram na carreira médica.
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Neto de Manoel Pereira Filho, o médico Luiz Augusto Pereira conta esta e outras histórias no livro A Chácara da Figueira, que será lançado em 21 de outubro, às 18h30, no Centro Histórico-Cultural Santa Casa.